Não se pode dizer que ele - viajante que tem medo de voar- está à vontade. Mas pelo menos o medo diminuiu e ele já está mais relaxado. Subitamente soa um gongo e seus olhos são atraídos para o aviso de colocar cintos. Faltando tanto para a hora do pouso, só pode ser um indício de...
Turbulência!
O avião não vôa apoiado nas asas mas pendurado nelas. O que faz o avião ficar no ar é a baixa pressão atmosférica formada na parte superior da asa. Um fenômeno descoberto por Bernoilli. Assim, não é difícil deduzir que qualquer alteração na densidade do ar externo fará com que a aeronave tenha uma maior ou menor sustentação no ar com a mesma velocidade, não é? O que pode alterar a pressão atmosférica num determinado local? Diferenças de temperaturas, ventos, mau tempo, etc. Se você voa preocupado com balanços e oscilações do avião já deve ter observado que quando atravessamos as nuvens, mesmo as pequenas, a aeronave sacode um pouquinho, como se estivesse passando por uma rua de paralelepípedos, não é? Até mesmo com tempo claro, sem nuvens, o avião pode sacudir um pouco. Estas alterações de pressão, ao inverso das nuvens pesadas, não produzem eco para os aparelhos de radar e, por isto, não são detetadas. Em compensação não trazem muito desconforto. Os transreceptores de radar à bordo dos aviões detetam formações de nuvens de tempestades, chamadas pelos meteorologistas de Cumulus Nimbus ou CB's com muitas milhas de antecedência. Avaliando a densidade da formação, extensão e vários fatores, o piloto decide se deve contorná-la ou atravessá-la, simplesmente. Uma turbulência, neste caso, pode ser inevitável. Mas se parece ser terrível para o passageiro, para o piloto não traz nenhuma preocupação. Ele sabe que a aeronave está preparada para isto.
Você já deve ter ouvido falar que o avião "caiu no vácuo", não? Na
verdade o que acontece é que por breves instantes, causada por correntes de ar dentro de
nuvens ou grandes diferenças de pressão, há uma momentânea perda de sustentação e o
avião perde altura como um elevador que desce muito rápido. Isto acontece até que
atinja novamente uma altitude onde a pressão atmosférica esteja novamente nos níveis
normais. Durante aqueles breves segundos que parecem horas, os passageiros quase que
flutuam. Daí a importância de estar com seu cinto de segurança afivelado. Eu sou até
mais radical: estou SEMPRE com meu cinto afivelado (lembram-se das turbulências que não
são detetadas pelo radar e que podem acontecer mesmo com o céu limpinho?).
Muitos ficam com olhos arregalados, olhando as asas e motores balançando durante uma
turbulência. O balanço é perfeitamente normal. Você já parou sobre um viaduto
enquanto um ônibus passava correndo pela outra pista? Sentiu como o viaduto
-aparentemente muito sólido- balança? E tem que ser assim mesmo. Se fosse rígido como
nós, leigos, achamos que deveria ser, certamente partiria. Um conselho: se o balanço das
asas não lhe é muito agradável, procure não vigiar as asas e tente resolver umas
palavras cruzadas e com certeza a turbulência terá passado antes de terminá-la.
Em resumo, a turbulência assusta mais do que ameaça. Da próxima vez que voar, ao
acender-se o aviso de colocar cintos, não tenha medo. Os pilotos estão apenas sendo
cuidadosos para evitar que os passageiros possam cair e se machucarem numa remexida mais
forte.
O avião, em vôo, está em seu elemento. Os pilotos já passaram por isto centenas de
vêzes e, se pudesse estar na cabine de comando, veria suas fisionomias tranqüilas.
Afinal, eles estão no mesmo barco. Ou melhor, no mesmo avião.
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